A campanha Novembro Azul tem como objetivo combater e prevenir o câncer de próstata, o segundo tipo de tumor mais frequente entre os homens e que representa aproximadamente 30% dos tumores que acometem esta população. Além disso, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a cada ano, mais de 65 mil novos casos da doença, o que reforça ainda mais a importância da campanha Novembro Azul.
Esta doença compromete o funcionamento da próstata, uma glândula do sistema reprodutor masculino que contribui para a produção do sêmen, o qual é liberado durante o ato sexual. Essa pequena estrutura tem forma semelhante à uma maçã e se localiza à frente do reto e próxima à bexiga.
No câncer de próstata ocorre a proliferação descontrolada das células que compõem esta glândula, o que contribui para o seu aumento de tamanho e perda de função.
Quais são os sintomas e fatores de risco do câncer de próstata?
Os tumores de próstata geralmente crescem lentamente e sem a manifestação de sintomas em seus estágios iniciais, o que contribui para o diagnóstico tardio e complicação do quadro clínico do paciente. Desta forma, quando presente, os sintomas são inespecíficos e podem ser confundidos com outras doenças. Entre esses sintomas, o indivíduo pode relatar dificuldade ao urinar, aumento da frequência de micção, redução do jato urinário e a presença de sangue na urina. Por isso, ao identificar qualquer um desses sintomas, é importante investigá-los.
Cerca de 75% dos casos de câncer de próstata são diagnosticados em homens acima de 65 anos, o que faz com que a doença seja considerada um câncer da terceira idade. Mas a faixa etária não é o único fator que contribui para o maior risco de seu desenvolvimento. Fatores genéticos e associados ao estilo de vida (sedentarismo, alimentação desbalanceada, obesidade, tabagismo) também podem desempenhar um papel importante.
Como é feito o diagnóstico desta doença?
A detecção precoce é fundamental para o diagnóstico do tumor em seu estágio inicial, o que contribui para o sucesso do tratamento. E, para que seja detectado precocemente, é importante realizar o exame de toque retal e a dosagem de PSA periodicamente.
Enquanto o toque retal permite que o médico perceba alterações no tamanho, na forma e na espessura da glândula, o exame de PSA quantifica os níveis do antígeno prostático específico (PSA) no sangue, que geralmente estão elevados em indivíduos com a doença. Quando há alterações suspeitas, o médico pode solicitar exames complementares, como a biópsia e análise histopatológica do tecido.
Como é feito o seu tratamento?
A escolha do tratamento leva em consideração diversos fatores como a idade, as condições de saúde do paciente, a localização do tumor e se já houve metástase ou não.
Na ausência de metástase, podem ser recomendados o monitoramento da doença sem tratamento imediato (observação vigilante), radioterapia e remoção cirúrgica do tumor. Já em estágios mais avançados, o tratamento hormonal também pode ser utilizado. Contudo, a escolha do tratamento deve ser feita em conjunto pelo paciente e o médico após levar em consideração todos os riscos e benefícios de cada uma das abordagens.
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Referências científicas:
Rebello RJ, Oing C, Knudsen KE, Loeb S, Johnson DC, Reiter RE, Gillessen S, Van der Kwast T, Bristow RG. Prostate cancer. Nat Rev Dis Primers. 2021 Feb 4;7(1):9. doi: 10.1038/s41572-020-00243-0.