O acidente vascular cerebral (AVC) ou derrame cerebral, como é popularmente conhecido, é uma das principais causas de óbito no mundo e a segunda entre os brasileiros. Esta condição é considerada um fator incapacitante em escala global e pode ocorrer em qualquer idade. No entanto, é mais frequente em idosos e pessoas com doenças cardiovasculares preexistentes.
O AVC se caracteriza pelo bloqueio dos vasos sanguíneos que estão localizados no nosso cérebro, o que leva à diminuição do fluxo de sangue para a região afetada. No entanto, em alguns casos, esses vasos podem se romper, o que resulta em um sangramento no parênquima cerebral ou no espaço entre as meninges que envolvem o cérebro.
Outro termo que pode ser utilizado para se referir a esta condição é acidente vascular encefálico (AVE). Apesar de ambos estarem corretos, é importante compreender a diferença entre AVC e AVE, que está relacionada à abrangência da região afetada. Ou seja, o termo AVE se refere às lesões que podem afetar todo encéfalo (cérebro, tronco encefálico e cerebelo), já o termo AVC compreende as lesões que acometem apenas o cérebro.
Quais são os sinais e sintomas do AVC?
Os primeiros sinais do AVC surgem repentinamente e consistem em fraqueza ou formigamento em um dos lados da face ou dos membros (braços ou pernas).
Outros sintomas frequentes incluem alterações na fala, dificuldades para enxergar (visão dupla ou embaçada), confusão mental, perda de equilíbrio e coordenação motora, assim como, dor de cabeça intensa e de causa desconhecida.
Na presença desses sintomas, é importante buscar atendimento médico ou emergencial imediatamente, pois, quanto antes for feito o diagnóstico do AVC e iniciado o seu tratamento, maior a chance de recuperação. A rápida intervenção também contribui para minimizar ou evitar a ocorrência de sequelas, que podem variar conforme a região acometida pelo derrame.
Quais são os fatores de risco do AVC?
São vários os fatores de risco que contribuem para ocorrência do AVC. No entanto, os principais consistem em doenças cardiovasculares, hipertensão arterial e diabetes. Além disso, o estilo de vida sedentário, o tabagismo e o consumo excessivo de álcool podem contribuir para a maior incidência de derrame.
Embora possa ocorrer em qualquer idade, a probabilidade de se ter um AVC aumenta conforme envelhecemos. Homens parecem ser mais susceptíveis ao desenvolvimento do AVC.
Como é feito o diagnóstico do AVC?
O diagnóstico envolve avaliação médica, exames laboratoriais e de imagem (tomografia, ressonância magnética) que ajudam a eliminar condições clínicas com sintomas parecidos.
Alguns dos exames laboratoriais que podem ser realizados são o hemograma, glicemia, tempo de atividade da protrombina, tempo parcial da tromboplastina e a tipagem sanguínea. Os exames de imagem, por sua vez, permitem estimar quanto tempo decorreu do AVC, o seu tipo, a presença de coágulos e verificar a pressão intracraniana.
Como tratar o AVC?
O tratamento depende do tipo de AVC e envolve ações que buscam recuperar a estabilidade hemodinâmica.
No AVC do tipo isquêmico, em que há a obstrução dos vasos sanguíneos por um coágulo, podem ser utilizados medicamentos anticoagulantes, antiplaquetários e que auxiliam no controle da hipertensão. Em alguns casos, um cateter pode ser utilizado para administrar o medicamento ou remover o coágulo. Cirurgia também pode ser indicada para retirar depósitos de gordura que estão obstruindo os vasos sanguíneos.
Já no AVC do tipo hemorrágico, podem ser utilizados tratamentos que auxiliem na coagulação sanguínea e reduzem a pressão arterial. Cirurgia para retirar o sangue e aliviar a pressão intracraniana também pode ser recomendada.
Após a estabilização do paciente, o tratamento deve continuar com o objetivo de prevenir um novo AVC, tratar suas sequelas e ajudá-lo no processo de reabilitação. Este processo tem início ainda no hospital e envolve uma equipe de profissionais multidisciplinares que buscam a melhorar a saúde, a qualidade de vida e devolver autonomia ao paciente.
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Referências científicas:
Campbell BCV, De Silva DA, Macleod MR, Coutts SB, Schwamm LH, Davis SM, Donnan GA. Ischaemic stroke. Nat Rev Dis Primers. 2019 Oct 10;5(1):70. doi: 10.1038/s41572-019-0118-8.
Ministério da Saúde. Diretrizes de atenção à reabilitação da pessoa com acidente vascular cerebral. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_reabilitacao_acidente_vascular_cerebral.pdf. Acesso em: 25 de out. 2022